Cooperação Técnica Brasil – Reunião em São Paulo sobre novas tecnologias de bilhetagem
Esta
atividade foi realizada no âmbito da cooperação técnica desenvolvida pela CODATU no Brasil. A Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e o Governo do Estado de São Paulo assinaram, em abril de 2016, um acordo de cooperação técnica visando acompanhar a Secretaria dos Transportes Metropolitanos na implementação de diferentes projetos de mobilidade urbana e na melhoria dos sistemas de transporte público nas metrópoles paulistas. A CODATU e o CEREMA são os parceiros técnicos nesta cooperação.
Dando continuidade ao assunto iniciado no workshop de dezembro de 2017, sobre a política tarifária dos transportes na Região Metropolitana de São Paulo, a CODATU organizou uma reunião para apresentar o que há de mais recente em termos de bilhetagem na Europa. O responsável pela apresentação foi Julien de Labaca, diretor de projetos de transporte da Eurorégion Nouvelle Aquitaine Euskadi Navarre e membro da Fabrique des Mobilités. Aproximadamente 15 profissionais da CPTM, da EMTU, do METRÔ, da STM e da Systra estiveram presentes no encontro que aconteceu dia 2 de abril de 2018.
Julien propôs uma análise dos projetos europeus segundo três elementos: aspectos financeiros, ecológicos e sociais.
Foram apresentadas as vantagens e os inconvenientes da utilização da tecnologia NFC (Near Field Communication) no celular (por exemplo, em Strasbourg e Londres), e outros casos menos tecnológicos, em que a acessibilidade a diferentes modos de transporte, com um único cartão multimodal, com a opção do pós-pagamento é primordial (Região da Bretanha, na França e Província de Gizpukoa, na Espanha).
Outros exemplos ainda em experimentação ou recentemente implementados do conceito de MaaS (Mobility as a Service) em Mulhouse (França) e Helsinki (Finlândia) também foram citados. Por último, Julien comentou sobre as potencialidades e limitações do blockchain como solução nos transportes urbanos.
Na abertura para discussões, a CPTM e a EMTU comentaram suas experiências com a validação por meio de QR Code. A primeira realizou um projeto piloto em 2016/17 que apresentou bons resultados. No entanto, não existem plano de implementação efetiva por enquanto. Já a EMTU, não levou adiante o teste em um de seus terminais de ônibus pelo custo elevado de se ter três tecnologias de validação por catraca (QR code, Edmonson e smartcard).
Quanto ao sistema de “porta-moedas” ou pagamento com cartão bancário, o METRÔ e a EMTU explicaram que iniciativas, em parceria com diferentes bancos, foram avaliadas. Porém, grande parte dos usuários (mais de 50%) do sistema metropolitano de transportes não possui conta bancária e os que possuem não aceitam pagar a taxa de administração impostas pelas prestadoras do serviço. Estes foram alguns dos motivos do insucesso da iniciativa. Os atores locais acreditam que o suporte no celular poderia ter mais sucesso, já que aproximadamente 70% dos usuários possuem um smartphone.
Como conclusão, Julien destacou que, tecnologicamente, as opções são inúmeras e tecnicamente viáveis. O desafio maior se baseia na necessidade do decisor público conhecer claramente:
- quais são os objetivos para com o usuário, para lhes propor a(s) tecnologia(s) mais adaptada(s);
- quais os objetivos das autoridades de transporte.